segunda-feira, 28 de abril de 2014

Casa da Elisa



Música e Imagem na Cultura Colonial Mineira:
                                       
aproximações poéticas e estéticas 

A cultura colonial luso-brasileira oferece uma multiplicidade interessantíssima de abordagens, principalmente devido à grande quantidade de monumentos ainda preservados, desde os primórdios dessa secular empreitada. 

No caso específico de Minas Gerais, além dos monumentos, em algumas localidades, o próprio tecido urbano restou com referências e exemplares materiais que nos reportam a tempos passados.

Na cidade de Tiradentes (MG), isso se vê e se vive, principalmente em datas festivas, como é o caso de Corpus Christi.

Animados pela ocasião, os professores Marcos Hill e Elisa Freixo, organizaram um curso focalizando as artes plásticas e a música, companheiras inseparáveis que, voltadas para Deus, engendraram modos sofisticados de deleitar, emocionar e convencer corpos, mentes e espíritos.

Música, talha, pintura e imaginária, conduzirão participantes por percursos que além de agradáveis, aproximarão de conteúdos fundamentais no processo de formação da cultura brasileira.

O evento acontecerá de 19 a 22 de junho de 2014, durante comemorações da festa de Corpus Christi.

Local: Casa da Elisa Freixo em Tiradentes

Carga horária: cerca de 16 horas distribuídas nos 4 dias
Início - quinta feira 15h 
Encerramento - domingo 12h

Preço: R$350,00 (trezentos e cinquenta reais)


Para o mês de julho, já está programado outro curso.

De 18 a 20 de julho - curso - J. S. Bach, As Variações Goldberg, com Elisa Freixo

Mais informações: efreixo@terra.com.br


  
 

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Inverno Cultural 2014

Inverno Cultural 2012
O Campus Centro-Oeste Dona Lindu, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), sediou nesta sexta, 11 de abril, cerimônia de lançamento da 27ª edição de um dos maiores festivais de arte e cultura do país, o Inverno Cultural. O evento está agendado para as 11h, no auditório do campus, e contará com a presença da reitora da UFSJ, professora Valéria Kemp, do pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, professor Paulo Caetano, coordenador geral do Festival, e do prefeito de Divinópolis, Vladmir Azavedo,  além de autoridades e parceiros locais. Na ocasião a reitora e o prefeito assinam termo de parceria para realização, pela segunda vez, do Inverno Cultural na cidade.

A participação de Divinópolis nesta edição do Inverno Cultural é resultado das diretrizes municipais de fomento à cultura, cujo objetivo é fortalecer a projeção do município no circuito estadual de festivais, um dos mais fecundos do país. Há 27 anos, o Inverno Cultural leva arte, cidadania e cultura, em todas as suas modalidades, a todas as cidades e regiões abrangidas pela UFSJ, que desenvolve um sólido trabalho extensionista desde sua fundação.

Todas as atividades previstas nas sete grandes áreas do festival – arte cênicas, música, literatura, artes plásticas, arte-educação, artes visuais e especiais – são realizadas em centros culturais, praças e demais espaços públicos das quatro cidades onde a UFSJ mantém seus campi. Todas gratuitas.
Tema

A edição 2014 do Inverno Cultural da UFSJ acontece no período de 19 de julho a 2 de agosto, quando suas atividades estarão voltadas para o eixo temático FUTEBOL, como fenômeno de massa, de aglutinação sociológica, de matéria de memória e de espetáculo midiático, concretizado na Copa do Mundo Fifa-Brasil.
Para o pró-reitor Paulo Caetano, a temática transcende a efeméride Copa do Mundo, para se debruçar sobre “diferentes abordagens e posicionamentos relevantes para as culturas contemporâneas, abrangendo o campo das artes, música, comunicação, ciências sociais, esportes, economia, políticas identitárias e das novas sociabilidades.”

A expectativa dos organizadores é trazer o esporte inventando pelos bretões, visceralmente transformado em arte nas terras tupiniquins, para a arena acadêmica, num esforço de integração de paixões semelhante ao empreendido pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, que abre suas concorridas conferências ao redor do mundo narrando os lances épicos que singularizam a história do futebol no Brasil, e para quem Pelé foi “disparado o melhor jogador de futebol de todos os tempos, pelo menos deste lado da Via Láctea.”
Opinião também compartilhada pelo professor José Miguel Wisnik que, em seu livro Veneno remédio: o futebol e o Brasil, credita sua “incurável tendência a ver sentido em tudo” ao fato de ter sido exposto, em seus anos de formação, à força e à beleza do futebol da Baixada Santista dos anos 50 e 60, como se aquilo fosse normal. A memória de Wisnik se pauta pela memória daquele jogo lúdico: “Num dia qualquer de 1957, vi numa gazeta esportiva a foto de um garoto que vinha se destacando no Santos. No ano seguinte, esse garoto se chamava Pelé e fazia parte da seleção brasileira, e a seleção brasileira, num domingo infinito que parece a própria final dos tempos, era campeã do mundo. Quando Pelé voltou para a Vila Belmiro – o pequeno estádio do Santos –, já se podia ouvir pelo rádio, no momento em que a bola chegava a ele, um alarido diferente na plateia, um clamor excitado e ansioso, uma marca de sagração.”
E o que dizer das crônicas imortais de Nelson Rodrigues, que ainda hoje inspiram gerações e gerações de cronistas esportivos a buscar definições para o inominável? É deste torcedor fanático do Fluminense a pérola: “A mais sórdida pelada é de uma complexidade shakespeariana.”

Como se bate um pênalti
Foi a lição que o craque Heleno de Freitas deixou nos gramados do Olympic Clube de Barbacena, onde se exilara para tratamento de terríveis crises nervosas. O ano era o de 1959, e a terapia da fulgurante estrela do Botafogo incluía sua presença nos treinos do time que disputava o campeonato regional da liga profissional. Heleno assistia a tudo impassível, até que a cera na cobrança de um pênalti sacudiu aquela letargia. O repórter Toninho Stefani registrou a cena:
“Heleno, rápido e sorrateiro, levantou-se, passou pelo portão do alambrado, entrou em campo esbravejando. Caminhou em direção à área onde havia sido cobrado o pênalti dizendo: “Vou ensinar como se bate um pênalti!” Enquanto todos o olhavam surpresos e incrédulos, Heleno apanhou a bola e foi colocá-la na marca do pênalti. A surpresa cortou qualquer tipo de reação dos enfermeiros e dos presentes. Heleno mandou que o goleiro tomasse posição. O silêncio caiu pesado sobre o campo. Afastou-se mais ou menos dois metros da bola. Eu olhava maravilhado. De repente, não era o Heleno gordo, desengonçado e sedado que estava ali em pé para bater o pênalti... era o Heleno garra, amor à camisa, cabelos englostorados e elegantemente uniformizado. Parecia cingido por tênue luz azulada. No peito uma Estrela Solitária completava o ornamento de seu corpo. Heleno correu com vagar em direção à bola. Chutou. O goleiro só olhou. A bola correu mansa e suavemente morreu no fundo da rede.
Senti o silêncio gritar extasiado. Somente Heleno se movia, caminhando de volta em direção aos enfermeiros e a seu mundo real. Não sei quem começou a bater palmas, mas todos acompanharam. E Heleno, com passos firmes, antes trôpegos, passou por mim, tão perto e tão rente, que eu vi as lágrimas que brotavam em seus olhos. Muitos outros olhos marejaram-se de furtivas lágrimas, inclusive os meus. Creio que até os deuses do futebol tenham se calado e chorado, arrependidos de terem tirado dos campos aquele outro deus dos estádios. Foram as últimas palmas que Heleno recebeu em sua vida. Morreria quinze dias depois, no hospital. Na hora de sua morte, Deus, o verdadeiro, era o único que segurava suas mãos.”
Como se analisa uma paixão? Como se vive catarse mais intensa? Como se normatiza a gratuidade descompromissada de uma partida de futebol “num mundo ostensiva, extensiva e intensivamente capitalizado”, como se indaga Wisnik? Que o 27º Inverno Cultural da UFSJ nos guie pelos gramados dessa cultura que nos define.

Mais informações: www.invernocultural.com.br

(Fonte: Assessoria de Comunicação UFSJ Campus Santo Antônio)