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Para a Associação Médica Brasileira (AMB), Conselho Federal de Medicina (CFM) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam), a medida tem valor inócuo, paliativo, populista e esconde os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS), além de expor a população pobre a riscos
As
entidades médicas nacionais divulgaram neste sábado (22) nota de
repúdio ao anúncio de importação de médicos estrangeiros feito pela
presidente Dilma Rousseff, durante pronunciamento em cadeia nacional no
dia 21. "O caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha
nacional. Ele expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e
carente, à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram
devidamente comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo,
populista e esconde os reais problemas que afetam o Sistema Único de
Saúde (SUS)", ressalta o texto.
No
documento, as entidades cobram o
aumento dos investimentos na área da saúde e a qualificação do setor no
país. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que Governos
de países com economias mais frágeis investem mais que o Brasil na
assistência. Na Argentina, o percentual de aplicação fica em 66%. No
Brasil, esbarra em 47%. Além disso, há denúncias de que o recurso orçado
não é devidamente aplicado.
"O
apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em saúde.
É assim o Brasil terá a saúde e os "hospitais padrão Fifa", exigidos
pela população, e não com a importação de médicos",afirmam as entidades.
De forma conjunta, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional dos Médicos Resisdentes (ANMR), o
Conselho Federal de Medicina (CFM), a Federação Nacional dos Médicos
(Fenam) prometem usar todos os mecanismos possíveis para barrar a
decisão, inclusive na Justiça.
Carta aberta aos médicos e à população brasileira
A SAÚDE PÚBLICA E A VERGONHA NACIONAL
Há
alguns anos, a presidente Dilma Rousseff foi vítima de grave problema
de saúde. O tratamento aconteceu em centros de excelência do país e sob a
supervisão de homens e mulheres capacitados em escolas médicas
brasileiras. O povo quer acesso ao mesmo e não quer ser tratado como
cidadão de segunda categoria, tratado por médicos com formação duvidosa e
em instalações precárias.
Por isso, a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Nacional dos Médicos Resisdentes (ANMR), o
Conselho Federal de Medicina (CFM), a Federação Nacional dos Médicos
(Fenam) manifestam publicamente seu repúdio e extrema preocupação com o
anúncio de "trazer de imediato milhares de médicos do
exterior", feito nesta sexta-feira (21), durante pronunciamento em
cadeia de rádio e TV.
O
caminho trilhado é de alto risco e simboliza uma vergonha nacional. Ele
expõe a população, sobretudo a parcela mais vulnerável e carente, à
ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente
comprovados. Além disso, tem valor inócuo, paliativo, populista e
esconde os reais problemas que afetam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Será
que os "médicos importados"- sem qualquer critério de avaliação ou com
diplomas validados com regras duvidosas -
compensarão a falta de leitos, de medicamentos, as ambulâncias paradas
por falta de combustível, as infiltrações nas paredes e as goteiras nos
hospitais? Onde estão as medidas para dotar os serviços de
infraestrutura e de recursos humanos valorizados? Qual o destino dos R$
17 bilhões do orçamento do Governo Federal para a saúde que não foram
aplicados como deveriam, em 2012? Porque vetaram artigos da Emenda
Constitucional 29, que se tivesse colocada em prática teria permitido
uma revolução na saúde?
Os
protestos não pedem "médicos estrangeiros", mas um SUS público,
integral, gratuito, de qualidade e acessível a todos. É preciso
reconhecer que é a falta de investimentos e a gestão incompetente desse
sistema que afastam os médicos brasileiros
do interior e da rede pública, agravando o caos na assistência.
Segundo
dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), os Governos de países com
economias mais frágeis investem mais que o Brasil no setor. Na
Argentina, o percentual de aplicação fica em 66%. No Brasil, esbarra em
47%. O apelo desesperado das ruas é por mais investimentos do Estado em
saúde. É assim que o Brasil terá a saúde e os "hospitais padrão Fifa",
exigidos pela população, e não com a "importação de médicos".
A
AMB, o CFM e a Fenam -assim como outras entidades e instituições, os
400 mil médicos brasileiros e a população conscientes da fragilidade da
proposta de "importação" - não admitirão que se coloque em risco o
futuro de um modelo enraizado na nossa Constituição e a vida de nossos
cidadãos. Para tanto, tomarão tomas as medidas possíveis, inclusive
jurídicas, para assegurar o Estado Democrático de Direito no país, com
base na dignidade humana.
ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB)
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS RESIDENTES (ANMR)
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)
FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (FENAM)
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