Christian Friedrich Samuel Hahnemann |
Hahnemann, filho do pintor de porcelanas Christian Gottfried Hahnemann, foi o terceiro de quatro filhos do segundo casamento de seu pai, a quem considerava como seu "mestre", dada a coincidência de posições sobre a dignidade e moralidade que ambos partilhava.
Seu pai sempre tentou fazer com que o menino continuasse a profissão de pintor de porcelanas, mas o jovem Hahnemann resolveu-se pela sua forte inclinação intelectual. A sua insaciável procura por conhecimento tournou-o excelente aluno.
Hahnemann foi para Leipizig (Alemanha), estudar medicina, em 1775 e durante sua estadia, fez muitas traduções de obras no domínio da medicina e química, o que permitiu estudar em pormenor estes campos.
Em 1777, Hahnemann segue para Viena (Áustria), onde frequenta a nova escola médica de Van Swieten, que tomava como importante a observação e ensino clínico junto do doente. Durante mais de seis meses Hahnemann acompanhou e observou as visitas do Dr. Joseph Quarin ao Hospital onde era médico responsável. Este médico melhorou as condições de diversos hospitais e aperfeiçoou a clínica médica.
Depois de seis meses em Viena, Hahnemann torna-se médico privado e bibliotecário do Governador de Transilvância (Romenia). Em 1779, vai para Erlangen (Alemanha), onde defende a sua tese de doutorado em medicina, seguindo depois para Dessau (Alemanha), onde conhece o farmacêutico Haeseler e a sua filha Henriette, com quem casou.
Na sala interior da farmácia do seu sogro inicia as suas experiências de química, ao mesmo tempo que mantém a atividade médica. Continuou o seu trabalho em traduções, às quais acrescentou sempre anotações pessoais, que o ajudaram a ficar conhecido na Alemanha. Trabalhou muito na pesquisa química, publicando diversos artigos em várias revistas de química e farmácia.
Quando estava traduzindo a obra "As leituras da Matéria Médica", de Cullen, Hahnemann escreveu uma anotação onde criticou a opinião do autor sobre os efeitos da quina no tratamento da malária, que dizia tratar pelo seu sabor amargo. Hahnemann escreveu que não se pode considerar que a quina cure a malária por ser amarga, mas por causar os efeitos semelhantes aos da malária se tomada por alguém saudável, o que ele experimentou. Isto dá origem ao primeiro enunciado do princípio da semelhança.
Hahnemann confirmou as suas descobertas no que diz respeito à chinchona, ao observar que os trabalhadores das fábricas de quinino sofriam do envenenamento da chinchona, que era semelhante à febre intermitente. Começou então a perceber que um remédio pode provocar as condições mórbidas de doença como curá-las, quando testado em voluntários humanos saudáveis. Mais tarde teve dois casos que ajudaram a essa sua teoria. Numa família com quatro crianças, três tiveram escarlatina e apenas uma, que tomava Belladona para a artrite, escapou à infecção. Numa outra família com oito crianças, três tinham escarlatina, e Hahnemann deu às outras cinco Belladona em doses muito baixas. Nenhuma das cinco crianças ficou doente.
A partir de1796, Hahnemann volta aos seus trabalhos de tradução, apurando a sua doutrina e publicando diversos artigos em jornais de medicina prática. Nestes artigos expunha os absurdos e erros da medicina ortodoxa, a que eles chamava Alopatia. Durante anos andou inconstante, mudando de casa diversas vezes em poucos anos. Os seus recursos vinham quase exclusivamente das suas traduções.
Em 1804, mantém-se em Torgau (Alemanha), por sete anos, praticando medicina regularmente, num longo período de estabilidade. Regressa depois a Leipizig e muda de casa mais duas vezes. Em Köthen (Alemanha), exerceu prática médica regular, dando-lhe finalmente alguma estabilidade financeira, sendo então o período de maturidade da doutrina homeopática. Juntaram-se à ele diversos entusiastas da prática em conjunto, testaram várias drogas com todos os cuidados possíveis para eliminar o erro. Estes testes foram meticulosamente relatados, formando o núcleo da matéria médica homeopática, compilados na clássica Matéria Médica Pura(1811).
Durante alguns anos estudou diversas drogas e seus efeitos e aplicações, ficando com uma profunda compreensão da patogenesia de muitas substâncias poderosas, e utilizou-as como remédios. Nesta base cosntruiu a arte da prática homeopática. Devido a relatos incompletos ou inadequados dos toxicologistas, patologistas e clínicos, Hahnemann não teve opção senão testar os remédios e venenos em indivíduos saudáveis, que seriam ele, a sua família e amigos.
Em 1810, Hahnemann publicou a primeira edição do famoso ORGANON da medicina racional, que foi uma ampliação do seu trabalho "A medicina da experiência". Em vida publicou mais quatro edições, corrigidas e aumentadas em função das modificações da sua teoria, segundo a sua experiência. Passou a chamar-se "ORGANON A Arte de Curar", que rapidamente se tornou um clássico.
Benoît Jules Mure (Bento Mure) |
Benoît Jules Mure é considerado um dos introdutores e grande incentivador da Homeopatia no Brasil, onde também é conhecido como Bento Mure.
Filho de ricos comerciantes de seda de Lyon (França), em 1883 foi acometido de tuberculose e salvo pelo médico homeopata Conde Sebastien Gaeten Salvador Maxime Des Guidi (1769 – 1863), discípulo de Samuel Hahnemann.
Após a cura, dedicou-se ao estudo da Homeopatia, formando-se em Montpellier (França), uma escola de medicina de tradição vitalista. Teve contato com Hahnemann em Paris e com ele manteve correspondência.
Mure trabalhou intensamente na difusão da Homeopatia na Europa.
Em Paris, fundou um dispensário, onde, com seus colaboradores, chegou a atender mais de mil pacientes por semana.
Aderiu ao movimento fourierista e decidiu vir para o Brasil a fim de implantar um projeto de colonização de acordo com o ideário do socialista francês François Marie Charles Fourier.
Chegou ao Brasil em 21 de novembro de 1840 e no ano seguinte tentou implantar um projeto no Falanstério do Saí.
Após ter recebido licença do governo imperial e ter escolhido o local para a colônia, Mure partiu, em 22 de dezembro, com cem famílias, a bordo do navio Caroline para colonizar a península do Saí, na divisa do Paraná com Santa catarina, no encontro dos rios São Francisco e Rio Saí. Ali chegou a organizar a Escola Suplementar de Medicina e Instituto Homeopático de Saí, em 1842, destinado a ensinar a Homeopatia a médicos já diplomados.
Fracassado o seu projeto, transferiu-se para o Rio de Janeiro (RJ) em 1843, fundando aí o Instituto Homeopático do Brasil, do qual foi presidente até 1848.
João Vicente Martins |
Com João Vicente Martins, médico português naturalizado brasileiro, diplomado cirurgião pela Real escola de Cirurgia de Lisboa (Portugal), criou mais 26 locais de assistência ambulatorial no Rio de Janeiro, apesar de sofrer ataques da Academia Imperial de Medicina, que o acusava de charlatanismo. Na época, eram principalmente os médicos homeopatas que atendiam à população carente e aos escravos.
Em 13 de abril de 1848, Mure regressou à Europa. Casou-se com Sophie Lemaire, homeopata experiente e reconhecida. O casal viveu no Cairo (Egito), no Sudão (África) e depois em Gênova (Itália), onde abriu um ambulatório e também ensinava a prática da Homeopatia a leigos. Em 1854, durante uma epidemia de cólera na cidade, Sophie e Benoît dedicaram-se ao tratamento dos doentes com grande sucesso. Entretanto, o governo não reconheceu seus esforços e seus alunos foram processados por exercício ilegal da medicina. O casal decide então voltar para o Egito, onde Mure passou os últimos dois anos de sua vida, ainda dedicado ao ensino da Homeopatia para leigos. Ali faleceu, aos 48 anos, aparentemente em consequência dos ferimentos que recebera durante um atentado. Depois de sua morte, em 1858, Sophie permaneceu mais dois anos no Cairo, atendendo doentes, retornando à França em 1860.
(Fonte: Wikipédia)
Comemoremos o Dia Nacional da Homeopatia, saudando Hahnemann,
Bento Mure e João Vicente Martins.
Nossa Homenagem!
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