sábado, 24 de março de 2012

Reinauguração do Centro Cultural comemora os 25 anos da UFSJ com exposição "Vestes Sagradas"

Mostra vinda de São Paulo apresenta paralelos entre 

o vestuário sacro de São João del-Rei e do mundo

 

A partir das 20h do dia 29 de março (quinta-feira), o Centro Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ) abre a exposição Vestes Sagradas, como parte das comemorações dos 25 anos da universidade. A mostra itinerante, inaugurada no Museu de Arte Sacra de São Paulo em 2011, é uma coletânea de vestimentas religiosas através dos tempos em várias partes do mundo, e conta com a curadoria de Percival Tirapeli, professor titular em Artes Visuais da Unesp, em São Paulo. Durante o mês de abril, serão realizadas também três palestras com temáticas ligadas à arte sacra. 

Segundo Suely Franco, produtora cultural da UFSJ, a escolha desta exposição para abrir as comemorações dos 25 anos da universidade justifica-se pela importância da arte sacra e do destaque dos objetos litúrgicos e artísticos na história cultural da região. “Além disso, a exposição proporcionará uma atividade em perfeita consonância com a atmosfera religiosa vivida pela cidade neste período de Quaresma e Semana Santa, proporcionando um maior conhecimento do significado da inserção dos ornamentos artísticos nas vestes litúrgicas dos ofícios religiosos”, explica a produtora.

A exposição consiste em vestimentas que foram usadas nas celebrações litúrgicas da Igreja Católica desde os seus primórdios e que evoluíram de acordo com o aumento da riqueza e brilho conferido aos cultos. As peças têxteis apresentam-se contextualizadas e ambientadas, ao lado de importantes obras de arte como pinturas, esculturas e oratórios. A mostra inclui ainda uma linha do tempo, na qual se apresentam os mais importantes momentos da arte sacra em vestimentas e tecelagem e também o desenvolvimento do tecido utilizado nas peças que, com o tempo, se tornaram mais sofisticadas através do uso de sedas, brocados e veludos, enquanto na ornamentação passaram a ser utilizados bordados e aplicações em ouro e prata.

Trinidad Sanjose Mitjans, sócia-gerente da D&A - Decorações e Artesanato Litúrgico , de São Paulo( SP), empresa responsável pela exposição, explica que esta é uma evidência da interação entre arte, história, liturgia e teologia. “É uma exposição inédita por reunir culturas e influências, colônias que com sua arte e sua espiritualidade foram muito além do legado dos colonizadores. Esta história merece ser contada e admirada para fortalecer o pioneirismo e a criatividade do nosso povo”, ilustra Trinidad. 

O indumentário 

Na exposição, encontram-se instrumentos de bordar e tecer, modelos diferenciados, casulas e capas pluviais, entre elas uma de um bispo peruano do século XVII. Tal peça, muito preciosa e bela, utiliza plaquetas de ouro - material abundante na região andina à época colonial. Destacam-se também roupas de João Paulo II, de Bento XVI, alfaias utilizadas pelo Papa na missa de Aparecida, um toalha de altar com renda dourada do séc. XVIII e um Compêndio da Sagrada Escritura (em latim), datado do ano de 1706.

Quanto à importância da exposição para a cidade, Suely explica que, ao exibir esses trajes, o Centro Cultural da UFSJ apresenta a evolução de uma tradição universal, mas também de um patrimônio artístico e histórico local. “São João del-Rei é marcada por um contexto de forte religiosidade e agora terá a oportunidade de refletir sobre os sentidos da arte têxtil como patrimônio sacro. Será interessante notar a sintonia da exposição com o rico patrimônio de vestes sagradas da cidade, utilizadas nas cerimônias solenes das diversas festas religiosas que acontecem durante o ano”. 

As palestras 

Além da restauração total do prédio - que valoriza um importante patrimônio arquitetônico -, da instalação de um elevador, que atenderá à política de inclusão da UFSJ, e da exposição, a reinauguração do Centro Cultural contará também com três palestras a ser realizadas durante o mês de abril na Sala de Multimídia: no dia 12, 19h, acontecerá a palestra “O encantamento do belo em Aristóteles”, com Maria Cecília Migliaccio, pedagoga e mestre em Filosofia, pela Universidade de Brasília e pela Pontifícia Universidade de Santa Cruz, de Roma; no dia 19, 19h, é a vez de “A Casula como documento histórico”, com Fernanda Camargo Giannini, historiadora pela Universidade Federal de São Paulo e pesquisadora da exposição Vestes Sagradas; e, no dia 26, 19h, “Arqueologia e simbolismo cristãos”, com Mônica Perin Diez, formada pela Fundação Armando Alvares Penteado, mestre em antropologia pela Universidade Anhembi Morumbi e especialista em Ciências Humanísticas pela Pontifícia Universidade de Santa Cruz, de Roma, fecha o ciclo de palestras.

Vestes Sagradas continuará em exposição até o dia 1° de maio. 

Mais informações: (32) 3379-2500

Fonte: Assessoria de Comunicação da UFSJ - Campus Santo Antônio

 

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sexta-feira, 16 de março de 2012

Da horta para a mesa

Projeto da UFSJ em Sete Lagoas ensina agricultores a preparar hortaliças prontas para o consumo
 
 Uma forma de aproximar o produtor das hortas comunitárias de Sete Lagoas do conhecimento tecnológico que a Universidade Federela de São João del-Rei (UFSJ) pode oferecer. Assim pode ser definida a segunda edição do curso “Hortaliças Minimamente Processadas”, que aconteceu no dia 7 de março.
A iniciativa, que reuniu 18 produtores rurais daquela região, faz parte do projeto “Processamento de hortaliças tradicionais e não convencionais como forma de agregar valor à produção dos agricultores das Hortas Comunitárias do Município de Sete Lagoas”, desenvolvido pela professora do curso de Engenharia de Alimentos, Lanamar de Almeida Carlos e pela estudante de graduação, Camila Gonçalves Rodrigues.
O curso teve apoio da UFSJ e da Secretaria de Agricultura de Sete Lagoas.
De acordo com a professora da UFSJ, o processamento mínimo é um procedimento que se faz com frutas e hortaliças destinadas à comercialização, de maneira a agregar valor e fazer com que a hortaliça chegue ao consumidor o mais próximo possível do natural. 
“O processamento mínimo emprega apenas o descascamento, corte e a sanitização. Esta forma de beneficiamento alcança uma parte do mercado mais preocupada com o consumo de vegetais que não sofram processamento como cozimento, congelamento ou os que são enlatados, elas também são conhecidas como hortaliças prontas para o consumo, como couve já picada, saladas prontas com algumas variedades de alface e tomatinho”, explica.
O procedimento é vantajoso para produtores e consumidores.
Para o produtor, agrega valor ao vegetal in natura, aumenta a renda familiar e racionaliza a produção e comercialização dos produtos.
Para quem consome, propicia mais praticidade no preparo dos alimentos e possibilita que frutas e hortaliças tenham características sensoriais, como cheiro e sabor, similares ao vegetal fresco.

Região

A região de Sete Lagoas possui diversas hortas comunitárias, que produzem hortaliças convencionais, como couve, alface e cebolinha, e não-convencionais como a azedinha, caruru e ora pro nobis, que tem ocupado cada vez mais espaço na mesa dos consumidores.
A agricultora Marilane Aparecida Ribeiro, produtora de hortaliças da Horta Comunitária de Barreiro, destaca a importância da iniciativa. “Eu acho que vai ser muito bom para a gente na área de venda e na parte da higiene na manipulação de alimentos, porque o povo procura uma coisa limpa, a higienização. Estamos aprendendo aqui muita coisa. Eu não sabia fazer a sanitização de hortaliças, utilizando água sanitária, agora estou aprendendo usar luvas para prevenir a contaminação do alimento durante a manipulação. Para a gente é muito bom”, declara.
Interessado na parceria entre Prefeitura e agricultores, que resultará na compra de hortaliças para a merenda escolar do município, o agricultor Geraldo Correia da Silva destaca a oportunidade do curso oferecido pela UFSJ. “Estamos muito satisfeitos, gratificados, porque é estimulante a gente estar aqui aprendendo uma coisa muito boa não só para nós, mas também para o trabalho, para o ser humano também”, afirma.
O aprendizado tem sido gratificante também para a bolsista deste projeto de extensão, Camila Gonçalves Rodrigues. “Participando, aprendi muitas coisas como a lidar com o público do projeto. Na primeira fase, tive de ir às comunidades aplicar um questionário, saber como abordar as pessoas. É uma experiência muito enriquecedora”, diz. Com o desenvolvimento do projeto, a professora Lanamar espera ensinar as técnicas do processamento mínimo a outras comunidades de Sete Lagoas.

Fonte: Assessoria de Comunicação da UFSJ - Campus Santo Antônio